Mesmo em tempos de alerta contra as discriminações e exclusões, há preconceitos que, de tão naturalizados pela sociedade, nem sequer são percebidos como tal. É o caso da visão predominante sobre a sexualidade na velhice. Enquanto o sexo é um tema estimulado a partir da própria censura moralista, na indústria cultural que lhe confere glamour e valor de mercado, desde que encenado por corpos jovens e “sarados”, conforme os cânones vigentes da beleza e do desejo, a ideia de pessoas idosas fazendo sexo costuma ser vista como algo ridículo ou até repugnante e de mau-gosto.
E o que faz Tania Celidonio a respeito disso? Vai na contramão do preconceito, perguntando a 250 pessoas (de quase 60 a 82 anos) sobre seus medos e desejos, a vontade ou falta de vontade de transar, aditivos, masturbação, relacionamentos prazerosos ou frustrantes, casamentos rompidos ou mantidos, namoros, sexo pago, solidão, preliminares, intimidade compartilhada, inseguranças, diferenças de idade, orgasmos inesquecíveis, memórias de sexo, drogas e roquenrol, romantismo, vergonhas e ousadias.
E depois de acender refletores sobre tais mistérios e aflições, Tania compõe cenas literárias e teatrais ricas em emoção, sinceridade e lucidez, resgatando nesse tema, com prazer e alegria, todo amor que há nesta vida.(Gustavo Barbosa)
14 x 21 cm
252 páginas
Capa: ilustração de Beto Borges
Mistérios e aflições da sexualidade na velhice (Tania Celidonio)
Tania Celidonio nasceu em São Paulo em 31 de dezembro de 1952. Jornalista, foi repórter e editora em várias emissoras de rádio e televisão. Vencedora do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos em 1979. Trabalhou como roteirista, dirigiu documentários e lançou em 2018 o livro digital “Mistérios da Libido na Velhice”, resultado de uma pesquisa sobre sexo e desejo na velhice. Em 2020, escreveu o texto do espetáculo online “Só Acaba Quando Termina – Crônicas do Desejo na Velhice”. No mesmo ano publicou o livro “Ela, Eles e Todos Nós” (relançado em 2022 pela Terra Redonda), escrito a partir de textos deixados por sua mãe Marina Camargo Celidonio (1931-2206), com histórias familiares destoantes da vida que se costuma definir como normal.