Por Ademar Bogo
Para Alípio Freire,
Teixeira de Freitas, 23 de abril de 2021
Alypios, o avesso às tristezas
De essência pura voltada para o bem
Viveu num tempo cruel e obscuro
Morreu num tempo que poucas luzes têm.
É tudo o que a História tem oferecido?
Viver, sofrer, morrer, ser esquecido?
Como se nada no tempo nos convém?
Não! O trato é outro!
O combinado feito se respeita!
A História tem seus tempos de plantios
A nós cabem os tempos das colheitas.
Há tempos na política de safras mal colhidas;
Nem sempre o plantado vinga facilmente.
Por isso é que queremos sempre a vida
Embora seja a morte que nos torna boas sementes.
No fundo, somente morre quem não planta!
Quem não semeia valores em seu andar.
Cada plantio trás nas flores a saudade;
Cada colheita um triunfo da verdade
Que a liberdade insistiu em disputar.
Bela é a partida do sábio admirado
Some o amigo e fica o companheiro:
Brando, prudente, manso e verdadeiro...
Como quem diz: “Já fiz o meu passado”.
Fica o presente a ser descortinado
Para se ter o futuro por inteiro.
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Ademar Bogo é poeta e doutor em Filosofia pela UFBA. Nascido no campo, em uma família de agricultores, com 12 irmãos, Ademar é militante da reforma agrária há mais de 40 anos, participando do MST (Movimento dos Trabalhadores Ruraris sem Terra) desde seu início. Você pode ouvir Ademar Bopgfo interpretanto seu poema Terra Sertaneja clicando AQUI.
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